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BERNARDINO DA COSTA LOPES

( Rio de Janeiro – Brasil )

 

(Rio Bonito, 15 de Janeiro de 1859 — Rio de Janeiro, 18 de Setembro de 1916) foi um poeta brasileiro de diferentes tendências literárias na passagem do século XIX ao XX.

Filho de Antônio da Costa Lopes, escrivão de cartórios de registro civil, Bernardino Lopes fez concurso para os correios em 1876, sendo nomeado posteriormente e fazendo deste o seu emprego durante sua vida. O poeta mulato B. Lopes nasceu antes do fim da escravidão, mas como filho de pais livres e membros da classe média pobre: o pai, Antônio, escrivão, e a mãe, Mariana, costureira, obteve aceitação literária na sociedade devido principalmente a sua poesia.

B. Lopes foi um dos fundadores da Folha Popular (1891), onde foi lançado o primeiro manifesto do Simbolismo no Brasil. Chegou a gozar de certo prestígio na época, inclusive a prefaciar o primeiro livro de versos (Anforas) de Jonas da Silva (1880-1947) e teve epígonos que o imitaram, influenciados principalmente através de volume Cromos em várias partes do país.

B. Lopes era amigo pessoal de Olavo Bilac e se encontravam na casa da Princesa Isabel onde conheceu Cleta.

Casou-se jovem com Cleta Vitória de Macedo de quem houve cinco filhos, todos homens. Em 1905, depois de publicar Plumário deixa de produzir versos. Onze anos depois (1916), morre de tuberculose, agravada pelo vício no alcoolismo.

Obra: Cromos (1881) – 2ª Edição 1896; Pizzicatos - "Comédia Elegante" (1886); Brasões (1895); Sinhá Flor (1899); Val de Lírios (1900); Helenos (1901); Plumário (1905); Poesias Completas (1945); Coleção Nossos Clássicos, Nº 63 (poesia), sob a organização de José Cândido de Andrade Muricy, Editora AGIR, 1962.

Biografia extraída de: https://pt.wikipedia.org/

 

REZENDE, Edgar.  O Brasil que os poetas cantam.  2ª ed. revista e comentada.  Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958.  460 p. 
15 x 23 cm. Capa dura.                              Ex. bibl. Antonio Miranda

Praia

 

Pitangueiras, arriando carregadas

- Esmeralda e rubim que a luz feria

Cintilavam, em pleno meio-dia,

Na argêntea praia de um fulgor de espadas.

Sob o largo frondal eram risadas

Toda uma festa, um chalro, a vozeria

De um rancho alegre e simples que colhia:

Moças - frutas; e moços - namoradas.

Em cima outra aluvião, por todo o mangue

De sanhaços, saís e tiés-sangue,

Policromia musical da mata.

E através da folhagem miúda e cheia

Bordava o sol, ao pino, sobre a areia,

Um crivo de oiro num cendal de prata!

 

 

*

 

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Página publicada em abril de 2022


 

 

 
 
 
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